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Estou Pensando em Acabar com Tudo
No romance de estreia do canadense Iain Reid, Jake conduz o carro em que ele e a namorada, que narra a história, vão à fazenda dos pais do rapaz. Durante a longa viagem por estradas desertas e escuras, a garota, atormentada com a perseguição de um homem misterioso que deixa sempre a mesma mensagem de voz em seu telefone, pensa em encerrar o relacionamento com Jake. Mas talvez seja tarde demais.
Charlie Kaufman (Brilho eterno numa mente sem lembranças) tem toda a liberdade criativa que a ‘Netflix’ costuma dar aos seus diretores, entretanto, este novo trabalho nos faz questionarmos se tal libertado pode ser, algumas vezes, um tanto prejudicial.
Sabemos que ‘filmes não explicados’ é um gênero bastante forte nos dias atuais. Desde “A árvore da vida” ou até o próprio “Mãe” nos fornece um turbilhão de informações ao desvendarmos os mistérios de suas tramas. Entretanto não existe nada de interessante ou inovador nas revelações de “Estou pensando em acabar com tudo”. Seu arco dramático é confuso, sua montagem é desconexa e o roteiro não mostra nenhum sentido em tela.
Esse é mais um típico trabalho em que o diretor apenas quer mostrar o quanto ele é “genial” naquilo que faz, da mesma maneira quando queremos falar e impressionar alguém ao usarmos palavras ‘difíceis’. Sabe-se que o longa é uma adaptação e que a história original também é bastante parecida e inusitada, por isso que tal trabalho é a prova cabal de que algumas obras não precisam sair de suas páginas migrando para outro formato de arte, elas serão muito boas apenas no papel e para aquele determinado público.
Uma obra cinematográfica é muito mais abrangente, a partir do momento que se vende tal trabalho ele precisa agradar a maioria do público, tal intenção não é pensada em nenhum momento de seus atos. O longa é uma confusão de diálogos e performances. Apenas o que se salva nesta trama é a brilhante fotografia, mas quando apenas o diretor de fotografia dirigi a história, tudo pode acabar num verdadeiro desastre em tela.
Joinhas:
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Por:
@eduardomontarroyos1
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