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Não Olhe para Cima
“Não olhe para cima” era um dos filmes mais aguardados da temporada de 2021 por nós e pela Netflix desde a sua divulgação, por três claras razões: Pela atual temática do “negacionismo”, por ter um diretor muito competente no gênero ‘sátira’ como “Adam McKay” (A Grande Aposta, Vice), e também pela sua escolha de elenco que é simplesmente o “sonho” de qualquer diretor e produção.
Estamos falando de nomes de peso em ‘Hollywood’, no qual não trabalham em “qualquer filme”: Leonardo DiCaprio, Jennifer Lawrence, Meryl Streep, Cate Blanchett, Timothée Chalamet, entre outros. O que devemos entender é que esses atores selecionam bem seus filmes. Minha maior pergunta é: Por que eles aceitaram trabalhar neste filme?
Eu devo entender a motivação de ‘DiCaprio’ ao lhe dar com tantas questões ambientais em seu outro trabalho, acho que ao ler a temática desta sátira ele ficou interessado em contracenar com este tipo de problema. Ele e Lawrence (junto ao seu brilhante questionamento sobre os salgadinhos da Casa Branca) são, em minha opinião, o único ponto assertivo deste trabalho. Existe uma cena com DiCaprio onde ele questiona toda a falta de comunicação da trama que é simplesmente digna de ‘Oscar’. O ator sabe interpretar muito bem, e isso melhora quando lhe dão cenas explosivas.
Tirando essa grande dupla nada funciona em “Não olhe para cima”, este certamente é a pior sátira de Mckay. Existem muitos temas polêmicos, mas todos eles são tratados de forma muito superficiais: É claro que o tema central é o negacionismo, mas tudo isso vem junto a descrença na ciência, crise política, dominação das redes sociais, cancelamento, polarização, racismo, preconceito, controle da mídia. É tanta polêmica num filme só que tudo termina virando uma grande “panfletagem” desses temas. Nada é aprofundado, existe uma ou outra cena icônica. A ideia é muito bem teorizada, mas a prática mostrou-se uma verdadeira decepção.
Eu termino abordando o quanto “Não olhe para cima” é ofensivo quando numa fala pede-se para o personagem de DiCaprio (Dr. Randall Mindy) ao falar para o público sobre a grande catástrofe que envolve o filme “não mencionar nada sobre matemática”: A direção está, literalmente chamado o seu público de “burro”, e esta ofensa (já que é uma sátira) passa para o público geral (real), isso significa nos subestimar alegando que, se a matemática existir em alguma explicação, jamais iremos entender. “Não olhe para cima” seria brilhante se pegasse um desses temas (Pode ser até o “negacionismo” eu não tenho problema com isso) e desenvolvesse de uma forma responsável, mas ele opta em ser um desserviço a sociedade ao invés de contribuir com alguma coisa em meio a situações tão delicadas e tensas em que estamos vivendo nos dias atuais.
Joinhas:
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Por:
@eduardomontarroyos
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