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Quase uma Rockstar
Aos 17 anos e no 2º ano do ensino médio, Amber se autoproclama princesa da esperança e é dona de um otimismo incansável. Uma terrível tragédia faz seu mundo desabar por completo, ela não consegue mais encarar as coisas da mesma forma. No meio de tanta tristeza e sofrimento, Amber tem a fé na vida colocada em cheque.
O longa possui excelentes atuações: ‘Auli'i Cravalho’ brilha com um protagonismo desafiador, este trabalho faz com que tudo (todas as cenas) girem em torno dela. ‘Rhenzy Feliz’ também nos mostra uma atuação coadjuvante surpreendente, algo bastante dramático, fugindo completamente de sua carreira na comédia. Praticamente os dois “carregam o filme nas costas”. Todo o clima dramático adolescente também é bem aproveitado em todos os três atos. Fotografia e direções de artes também se mostram bastante satisfatórios, no melhor estilo “Netflix”.
O grande problema da história como um todo é a grande fuga ao tema e superficialidade onde a trama, numa perspectiva de roteiro, é apresentada. A fuga ao tema é devida a total falta de conexão com o título: A nossa protagonista não é uma “rockstar” e está muito longe disso, o filme não tem uma conjuntura musical como promete seu título e trailer. Todo ato é uma construção para destacar: “As desventuras de Amber”. Esse deveria ser o título.
Existem elementos no qual nos é apresentado que não condizem com a atuação proposta. Por exemplo: Em seus diálogos costuma-se exaltar o quanto ‘Amber’ dedica-se ao colégio e que já fez muito por ele, entretanto isso não nos é mostrado em nível de atuação ou cenas, nem em ‘flashbacks’, não vemos isso provado em tela. Apenas diálogos superficiais de forma preguiçosa, tal escolha é uma grande quebra de expectativa. Um filme que ressalta a amizade em sua ‘divulgação’, mas não vemos isso concretizado, os outros personagens coadjuvantes são completamente esquecidos, não sabemos as histórias deles e não é construído nenhum vínculo deles com a protagonista.
“Quase uma Rockstar” é um filme desconexo que nem merece o título que tem. Tanta produção e grandes dedicações em termo de atuação são desperdiçados com (mais uma vez) uma adaptação de roteiro fraca com atos decrescentes. Uma grande decepção, numa história que realmente tinha um enorme potencial.
Joinhas:
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Por:
@eduardomontarroyos1
.0 / 5.0