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Os Fabelmans
Este é o filme mais intimista de ‘Steven Spielberg’. Uma verdadeira porta aberta para todos os desafios e dilemas de sua infância na busca pelo seu espaço no mundo da arte. Quem o encorajou e o desencorajou a viver tal sonho, e quais conselhos ele foi esperto o suficiente para ouvir e aprender a fim de se tornar um dos maiores nomes do cinema.
A história é simples e muito significativa, existem elementos na vida de “Sammy Fabelman” que todo cinéfilo irá se identificar. Não tem como escaparmos de nenhum momento onde nos conectamos com o próprio “Spielberg” mais novo. Entretanto, detalhar as nuances “delicadas” de sua trajetória familiar pode trazer à tona fantasmas do passado e nos passar uma visão perigosa sobre alguns assuntos polêmicos discutidos ainda na atualidade.
Por exemplo, o longa romantiza o “divórcio”. Trata a autora de tal ato, no qual irá abandonar quatro filhos e um esposo apaixonado (porém com seus defeitos, como todos) por outro homem, como “a grande vítima da trama”. Trata o “amor” como algo incontrolável a ponto de fazer pessoas abandonarem uma linda família e uma vida com alguém dedicado e disposto a mudar. Tudo bem retratar o fato, pois se ocorreu deve ser mostrado, entretanto deve-se ter cuidado ao exaltá-lo e até defende-lo.
Quantas esposas poderão assistir ao filme e finalmente sentirem-se encorajadas a largar toda a sua família por, talvez, uma aventura romântica? Quantos maridos podem sentir-se encorajados a incentivar suas esposas a tais atos. Ou até fazer a mesma coisa? Será que não temos divórcios “suficientes” (se é que esta é a palavra adequada...)? O longa encerra-se com a parte traída infeliz e a parta que traiu “finalmente insatisfeita”...Será que é assim que “o amor vence”?
Entretanto, é inegável o talento de “Spielberg” em filmar, montar e tirar o roteiro do papel. O talento é tanto que ele faz uma triste narrativa de divórcio parecer uma linda história de amor. Pena que esse talento, em minha humilde opinião, não foi usado, dessa vez para o bem, assim como a maioria das tramas familiares de ‘Hollywood’.
Joinhas:
3
Por:
@eduardomontarroyos1
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