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Parasita

O longa inicia-se na notável casa de Ki-Taek, que mora num “andar intermediário”, como um porão cuja vista dá para uma lixeira onde um morador de rua costuma diariamente urinar enquanto bêbado. Os quatro membros da família estão constantemente sujos, transitando entre cômodos apertados enquanto buscam alguma rede gratuita de WiFi nas vizinhanças.

A descrição desta família é grotesca, assim como será a descrição burguesa da família “Park”. Estes últimos habitam numa casa espaçosa criada por um arquiteto famoso, onde os quatro membros se espalham pelos quartos e se entediam com toda a tecnologia e objetos à sua disposição. Os dois núcleos constituem opostos idênticos (pai, mãe, filha e filho), como o reflexo de um espelho.

Cada elemento caricatural e devidamente apresentado no momento correto faz parte da aclamada crítica a sociedade do diretor Bong Joon-ho. Seu roteiro não tem pressa em explicar cada ambiente, entretanto os poucos cenários e personagens facilitam sua introdução, tudo isso cativa o telespectador desde seu primeiro ato. Não existem pontos altos e baixos, todos os atos são impactantes e intrigantes, a forma como a história evolui é peculiar pois seus atos são metricamente calculados.

Por mais que as pessoas digam o quanto “Parasita” é surpreendente não há como descrever a experiência no cinema, é algo muito individual e, o melhor, não é um longa facilmente desvendável, ou seja, dificilmente o que que você espera irá está no desfecho da história. Essa é a beleza da história original de Joon-ho. “Parasita” é uma verdadeira “surra” cinematográfica em nossa sociedade distorcida que prega a aparência, o “ter” e não o “ser”. Merece todos os prêmios, todas as honrarias, seu roteiro é algo quase “surreal”. Existe produção, fotografia e um elenco simplesmente fantástico, que nos cativa do início ao fim! Essa foi a maior surpresa de 2019. Que a sua série já confirmada pela “HBO” seja tão boa quanto este fabuloso trabalho.

Joinhas:

5

Por:

@eduardomontarroyos1

.0 / 5.0

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